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Mariápolis Ginetta

Dr. Shomali e delegação visitam a Casa da Reconciliação em São Paulo-SP

O diálogo inter-religioso ultrapassou as barreiras da Mariápolis Ginetta e chegou à São

Paulo. Dr Shomali e sua comitiva, visitaram a Casa da Reconciliação, uma referência para o diálogo ecumênico e inter-religioso em São Paulo. A casa é de propriedade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB - e é administrada pela Arquidiocese de São Paulo. Mais uma vez, Roberto Catalano compartilha a sua experiência sobre este momento.



"Muitos me falaram sobre a Casa da Reconciliação, tanto os meus alunos de Sophia (Universidade Sophia) como as várias pessoas que encontrei nestes dias na Mariápolis Ginetta. A casa está localizada em uma área elegante da megalópole paulista e é equipada com quartos, cozinha, um lindo jardim nos fundos, uma biblioteca muito bem abastecida. Acima de tudo, porém, acolhe pessoas de diferentes crenças e tradições, inclusive representantes das religiões afro, tão importantes aqui no Brasil.


A Casa é uma referência de ecumenismo e diálogo inter-religioso em São Paulo e, em geral, é um espaço de reflexão e partilha de experiências de diálogo ecumênico e inter-religioso. Em seu site, é possível encontrar informações valiosas sobre as muitas atividades que realiza e anima. Sua finalidade, de fato, é organizar e orientar eventos e celebrações ecumênicas e inter-religiosas. Além disso, se empenha em esclarecer os casamentos mistos e os batismos "ecumênicos", mas também oferece e promove cursos de formação para o diálogo. Aqui, respira-se um clima de amizade, abertura e confiança, fruto de um longo percurso, que descubro ao percorrer o site. Início

A história da Casa começa nos anos 80 com os Frades Franciscanos da Reconciliação. Esta Congregação foi fundada no final do século XIX nos Estados Unidos com o carisma de criar laços de unidade e fraternidade entre as diferentes religiões. Frei Leonardo Martin e seus confrades foram os fundadores da Casa, articulando e fortalecendo, por mais de uma década, o trabalho já existente na Arquidiocese, estruturando o que já existia, ampliando e criando novos espaços de reflexão e partilha.


Heládio Correia Laurini, pároco da Arquidiocese, junto com o Padre Paulo Gozzi, logo após o Concílio Vaticano II, constituiu a Comissão de Ecumenismo da Arquidiocese - CEA. Porém, em 1994 os Frades Franciscanos da Reconciliação retornaram aos Estados Unidos e, como último ato, doaram a Casa da Reconciliação à Igreja do Brasil com o objetivo de dar continuidade ao trabalho de busca da Unidade e da Fraternidade. A doação foi aceita por Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo da diocese paulista e grande divulgador do ecumenismo. A alma atual da casa é o Padre Bizon, sacerdote da diocese, que aqui vive e anima as diversas atividades por quase trinta anos. E é ele quem nos recebe, juntamente com cerca de vinte representantes de várias religiões, tradições e grupos.


Passamos aqui uma tarde maravilhosa, conhecendo as diversas atividades animadas por este centro e apresentando a nossa experiência de diálogo e unidade. Das 15h30 às 17h (quase) fomos nos conhecendo com brevíssimas apresentações de todos os presentes. O que surgiu foi um verdadeiro recorte do panorama ecumênico e inter-religioso da metrópole paulistana. Como disse, pude apreciar a presença de representantes de religiões de inspiração afro, muito comuns e populares principalmente no Nordeste, mas que também têm forte presença aqui em São Paulo. Depois, obviamente, judeus, budistas, metodistas, muçulmanos e, também, um grande grupo de representantes do Movimento dos Focolares, particularmente ativos no diálogo ecumênico e inter-religioso também na grande Arquidiocese paulista. Sob a hábil moderação e coordenação do Padre Bizon, após a apresentação de cada um dos membros presentes, alternaram-se relatos curtos mas interessantes para compreender a origem dos grupos, associações e comunidades que fazem parte da Casa mas que desenvolvem uma atividade específica no âmbito dos dois diálogos (ecumênico e inter-religioso).



No final, depois da minha breve introdução, Mohammad Shomali pôde falar longamente sobre a importância da fraternidade, da reconciliação e da unidade, concluindo com a experiência de diálogo que nos caracteriza e que estamos oferecendo nestes dias. No final, uma hora ou mais de partilha no lindo jardim dos fundos da casa. Houve uma partilha com bolos, doces, salgadinhos, mas acima de tudo muita confraternização entre todos.



Pessoalmente pude cumprimentar várias pessoas que dois dos meus alunos brasileiros conhecem, também pelo seu empenho no diálogo, e que me pediram para entrar em contato. Uma noite típica de fraternidade, onde descobrimos irmãos e irmãs, como demonstra o último ato no final da tarde que passamos juntos. A sala onde nos encontrávamos tornou-se um local de oração vespertina para nossos irmãos e irmãs muçulmanos. Um momento importante, ontem à noite, de fato, a oração marcou a entrada na festa do sacrifício celebrada no dia 29 de junho, pelos muçulmanos xiitas".


Por Roberto Catalano, tradução e adaptação Comunicação Mariápolis Ginetta

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